CONTOS DUVIER

O ENIGMA DA MONTANHA.


Havia perto daquela grande metrópole, um caminho delicadamente aberto no centro de uma mata virgem, que tinha como propósito atingir o cume daquela montanha, onde a visão era esplendida e misteriosa.
Um dia, Carl, importante empresário do ramo siderúrgico, resolveu após cinco anos sem folga nos finais de semana, caminhar por aquele lugar e tentar descobrir respostas sobre sua existência como ser humano.
Depois de passar sessenta e quatro minutos caminhando, observando pássaros, plantas e árvores de todo o tipo, viu que em baixo de uma grande pedra um homem havia feito sua morada, e curioso, foi até seu encontro e perguntou:
-Há quanto tempo o senhor mora aqui?
Ele respondeu:
-Faz tanto tempo que já me esqueci!
-O senhor tem família, amigos, ou alguém que se importa com a situação?
Um dia usei as palavras como flecha, uma vez lançadas, não voltaram mais!
Escolhi estar aqui, então o mundo se fechou pra mim.
Antes que Carl continuasse o interrogatório, o velho homem inquiriu:
-Porque um homem inteligente busca só agora as respostas para sua vida?
O empresário perplexo retribui a pergunta:
Como sabe que estou buscando respostas?
Sereno, o homem explica.
Alguém tão ocupado feito você, pensa sobre si enquanto caminha, na vã esperança de que quando chegar no topo da montanha, todos os enigmas de sua vida serão desvendados num passe de mágica...
É que depois que atingi o alto da minha montanha, não soube mais o que fazer...
O sucesso não se mede pela posição atingida na vida, mas sim, pelos obstáculos vencidos na tentativa de se sair um vencedor, disse o sábio.
E continuou...
Você não poderá agora obter agora as respostas daquilo que não entende, pois não está preparado para vivenciá las como deveria estar.Mas na hora exata, você se descobrirá vivenciando todas as respostas!
Vá, e quando chegar ao topo, contemple os cinco sentidos que DEUS lhe deu, e cumpra sua missão.
Carl sentindo que fora nocauteado pelas palavras, fez uma última pergunta:
-Por que o senhor com toda esta sabedoria morreu para o mundo em que vivemos?
Levemente sorriu e respondeu:
A tragédia da vida não é a morte, mas aquilo que deixamos morrer dentro de nós.Muitos morrem com trinta e são enterrados aos oitenta.
Podemos encontrar no pior destino, a melhor chance para uma feliz mudança.Assim eu o fiz!
Carl se despediu e continuou sua caminhada rumo ao topo da montanha.
Sete dias depois, voltando a montanha, ele procurou pelo humilde senhor.
E um jovem que sempre caminhava por aquele lugar lhe dissera...
Jamais houve homem algum naquela caverna.